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Mentir é feio, mas hoje todas as mentiras são permitidas

01.04.2024

Desde pequenos que somos ensinados que mentir é feio, mas a cada 1 de abril, todas as mentiras são permitidas, só têm de inspirar confiança e serem contadas com naturalidade, para que as pessoas acreditem. Até porque a “mentira tem perna curta”. Já contou alguma mentira hoje?

Não podemos acreditar em tudo o que nos contam, lemos e ouvimos, muito menos no Dia das Mentiras, que curiosamente, ou não, coincide com o Dia Internacional da Diversão no Trabalho.

Existem várias explicações para a origem desta data, mas a mais consensual remonta ao século XVI. Os franceses são apontados como os grandes precursores desta tradição que atualmente é celebrada em vários países, inclusive em Portugal.

Até 1564, o Ano Novo era celebrado a 25 de março, marcando o início das festas da Primavera e os presentes eram trocados até 1 de abril.

O Rei Carlos IX adotou o calendário gregoriano e o início do ano passou a ser celebrado a 1 de janeiro. Contudo, demorou muito tempo para que os franceses acreditassem nele. Por isso, continuavam a celebrar e a trocar presentes na altura da Primavera. Os resistentes à mudança foram apelidados de “bobo de abril”. Eram alvo de diversas piadas e brincadeiras, desde convites para festas de ano novo imaginárias até presentes e cartões de comemoração.

A partir dessa altura o 1º de abril ficou conhecido como o Dia da Mentira e se espalhou por todo o mundo.

O conselho da Central Press é que fique atento, porque também os órgãos de comunicação gostam de pregar algumas partidas, com notícias que acabam sempre por ser desmentidas.

Por exemplo, em 1957, a BBC noticiou que os agricultores suíços estavam a experimentar uma colheita recorde de esparguete e mostraram imagens de pessoas a colher massa das árvores. O mesmo canal anunciou, em 1980, que o Big Ben, relógio famoso da capital da Inglaterra, seria substituído por um outro digital e chamado de “Digital Dave”.

Em 1996, a rede de fast food Taco Bell anunciou em grandes jornais como o “Philadelphia Inquirer”, o “New York Times” e o “Washington Post”, que tinha comprado o monumento para ajudar a “reduzir a dívida nacional”.

Em Portugal, os órgãos de comunicação também aderiram à brincadeira e as mentiras mais famosas incluem a descoberta de petróleo em território nacional, o fim das portagens na Ponte 25 de Abril, o envio de um astronauta português para o Espaço, a mudança de nome da cidade do Porto, para “Oporto” ou o Centro Cultural de Belém que está a afundar.