O caminho foi feito em silêncio. As velas iluminaram as centenas de elementos descontentes das forças de segurança de Coimbra até à Praça da República. Profissões diferentes, mas objetivos comuns. A uma só voz entoaram o ‘Hino Nacional’, seguido de um forte aplauso.
O objetivo desta manifestação passa por pedir o diálogo e maiores salários. “Não são os suplementos que fazem a nossa vida, ajudam num mês que trabalhamos, mas para a reforma não conta, queremos um salário base digno, maior que os suplementos”, começou por dizer à Central Press a representante dos guardas prisionais.
Cláudia Gomes, guarda prisional há 21 anos, afirma que “deveria estar no fim do segundo escalão de guarda principal e está no terceiro de guarda, [significa] que está a perder mensalmente 500 a 600 euros por mês”.
O agente da PSP, Fernando Couceiro, também se juntou ao cordão humano. À Central Press diz que esta não é a primeira vez que as forças de segurança lutam por melhores condições, mas até hoje “ainda ninguém entrou em contacto para negociar”.
Na PSP desde 1990, o agente avança que com esta vigília querem mostrar ao Governo que as forças de segurança estão unidas, com o propósito de conseguir o suplemento de risco.
Questionada sobre o apoio manifestado pelo Presidente da República, a guarda prisional respondeu com assertividade: “Palavras levam-nas o vento, agradecemos que o senhor Presidente da República seja solidário, mas é no terreno que se vê a solidariedade”.
No final, fica a garantia: “Não vamos parar, enquanto não nos ouvirem!”, frisa Francisco Couceiro.